Descrição
RESUMO - Identificar a ocorrência de espécies ameaçadas de extinção é de grande importância para garantir a perpetuação da diversidade genética contida em populações remanescentes. Propostas para manejo e conservação de uma espécie ameaçada só irão surgir a partir da identificação de exemplares em seu hábitat natural. O pau-rosa, Aniba rosaeodora Ducke (Lauraceae), encontra-se na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção desde 1992,principalmente devido ao corte das árvores para extração do óleo essencial(OE), o qual tem importância econômica para a região, sendo matéria prima para a composição do famoso perfume francês Chanel Nº 5.As Unidades de Conservação (UC’s), citadas neste estudo, constituem áreas com ocorrência de populações indicadas como pau-rosa. A dificuldade em identificar botanicamente representantes de Aniba rosaeodora está registrada em diversos trabalhos científicos, o que leva à exploração de outras espécies com características semelhantes. Ouso de óleos essenciais e fragrâncias é comum em qualquer lugar do mundo, e suas propriedades medicinais é bastante variada, dependendo de fatores tais como as condições ambientais e a composição química, podendo apresentar função bacteriostática, antisséptica, anti-inflamatória, anti-coagulante, analgésica, dentre outras. Dessa forma,este estudo surge com o objetivo de analisar a composição química e a atividade antimicrobiana do óleo essencial de duas populações indicadas como pau-rosa, localizadas nas UC’s FLONA do Tapajós e RESEX Tapajós-Arapiuns, no oeste do Pará, e também, de comparar o perfil metabolômico entre essas populações, através da análise de seus extratos brutos, fazendo uso de métodos analíticos como cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM), cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)e ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H).Essas técnicas, associadas à análise multivariada, indicaram significativa divergência química entre as populações, levando-nos a concluir que são espécies distintas, mas que provavelmente fazem parte do mesmo gênero. A partir dos resultados obtidos, confirmamos que as árvores da FLONA do Tapajós são realmente A. rosaeodora. O óleo essencial de ambas as localidades apresentou atividade frente às bactérias e fungo testados, com exceção da cepa de Pseudomonas aeruginosa, resistente a um dos antibióticos padrão. OOE da FLONA teve atividade significativamente superior ao da RESEX para algumas cepas. Este resultado pode ser devido ao maior teor de linalol presente no óleo da FLONA(83,5%) quando comparado ao da RESEX (39,6%), haja vista os relatos existentes na literatura sobre a atividade antimicrobiana desta substância.
Palavras-chave: Pau-rosa, linalol, plantas aromáticas, Unidades de Conservação, Amazônia.